Um Marco na História do Municipalismo Alagoano
O vice-governador Ronaldo Lessa é um dos destaques no lançamento do livro “Uma História de União e Resistência Municipalista”, uma publicação que revisita o desenvolvimento do municipalismo como uma força política transformadora em Alagoas. O evento ocorrerá no próximo dia 20 de outubro, às 10h, na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), em Maceió. A obra é de autoria de Reinaldo Falcão, engenheiro agrônomo e ex-secretário executivo da AMA, e Antônio Bezerra Torres, advogado e jornalista, também ex-secretário da entidade.
O livro traz à tona a atuação de Lessa, que, enquanto prefeito de Maceió, assumiu a presidência da AMA entre 1995 e 1996. Durante seu mandato, ele promoveu uma significativa reestruturação administrativa e política da instituição em um cenário marcado por uma grave crise fiscal e polarização política.
Com o apoio de uma equipe técnica e prefeitos de diversas regiões, Lessa implementou inovações como assessorias jurídicas e tributárias, além de estabelecer coordenadorias regionais, promovendo a participação ativa dos municípios nas decisões políticas e orçamentárias.
Memórias de um Período Transformador
A publicação serve como um importante registro da história e memória administrativa de Alagoas. Amparada em documentos oficiais e arquivos preservados por mais de 20 anos, “Uma História de União e Resistência Municipalista” narra o período em que o municipalismo emergiu como uma força essencial na estrutura política do estado.
Reinaldo Falcão reflete sobre aqueles tempos, descrevendo-os como uma travessia política desafiadora. “Enfrentamos um cenário de dificuldades financeiras e políticas, mas foi também um tempo de esperança em que prefeitos de várias regiões se uniram para lutar contra injustiças e fortalecer o municipalismo. Ronaldo Lessa teve a coragem de liderar a AMA em um contexto tão adverso e mostrou que, com honestidade e colaboração, era possível resistir e reerguer”, conta.
Antônio Bezerra Torres complementa destacando que o livro representa um compromisso com a memória pública e a verdade histórica. “É fundamental que essa história seja contada, pois marca a transição de um período em que o municipalismo era apenas retórica para o momento em que se tornou uma prática política e institucional efetiva”, afirma.
Os Desafios e Conquistas do Municipalismo
A obra é composta por nove capítulos que abordam uma gama de temas relevantes, como a luta contra a violência política, o fim dos acordos com usineiros, a defesa da moralidade administrativa e o fortalecimento da autonomia local. Também é lembrado o Congresso Brasileiro dos Municípios realizado em Maceió, que reuniu um público expressivo de mais de mil prefeitos, ministros e governadores, resultando na histórica Carta de Alagoas, um marco na união municipalista e no fortalecimento das administrações locais.
Na apresentação do livro, o jornalista José Osmando de Araújo salienta a importância da obra para a compreensão da história recente da política administrativa do estado. “Este é um documento valioso que ajudará os leitores a entender que a transformação de Alagoas em um lugar melhor e mais justo é uma possibilidade real”, afirma.
A AMA, que será o local do lançamento, reafirma seu papel como um espaço de memória e articulação política, recebendo apoio cultural da Vice-Governadoria de Alagoas em reconhecimento à relevância histórica do movimento municipalista e à necessidade de preservar os registros que moldaram a gestão pública contemporânea.
Ronaldo Lessa sintetiza o espírito do livro com uma frase poderosa: “A união foi o fator crucial para o fortalecimento da entidade e a base das conquistas que alcançamos até aqui”.
A Gestão Municipalista de 1995 a 1996
Além de suas reflexões, a obra também inclui um registro da chapa diretiva da AMA eleita em 1995, que contava com prefeitos e líderes de todo o estado. A presidência foi assumida por Ronaldo Lessa, com José Rafael Torres Barros como vice, e Maria Angélica V. C. Melo na Secretaria Geral.
A equipe envolveu também Flavius Flaubert P. Torres e Marcelo Ricardo Vasconcelos nas secretarias, além de Luís Eustáquio T. Filho e Flávio Jorge da R. Barros na tesouraria. O Conselho Fiscal, presidido por Dermeval Tenório de Mesquita, incluía membros de vários municípios, refletindo a diversidade e o caráter coletivo da gestão municipalista.
Com registros fotográficos inéditos e documentos históricos, “Uma História de União e Resistência Municipalista” se estabelece como uma referência essencial sobre o período em que o municipalismo alagoano se consolidou como uma causa pública e organizativa.
Serviço:
Data: Segunda-feira, 20 de outubro, às 10h
Local: Sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Maceió
