Detenção de Figuras Culturais em Ação da Polícia Federal
A Polícia Federal prendeu em flagrante, na manhã desta última sexta-feira (17), dois presidentes de importantes entidades culturais do Maranhão, além de uma assessora parlamentar. As suspeitas se concentram em um esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo saques em espécie de valores que totalizam R$ 500 mil, provenientes de emendas parlamentares estaduais.
As pessoas detidas incluem Maria José de Lima Soares, de 57 anos, que é presidente do Boi de Maracanã e representante da Banzeiro Grande Produções LTDA; Larissa Rezende Santos, de 38 anos, assessora da deputada estadual Andreia Rezende (PSB); e Ivan Jorge da Piedade Madeira, de 53 anos, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina.
A defesa de Larissa Rezende afirmou que os fatos apresentados serão esclarecidos no decorrer da investigação policial. A advogada de Maria José rebateu as acusações, considerando-as “descabidas”. Em relação a Ivan Madeira, sua defesa indicou que aguardará os autos para se manifestar adequadamente. O caso ainda não teve qualquer manifestação pública da deputada Andreia Rezende.
Os suspeitos foram presos em uma agência do Banco do Brasil, no Centro de São Luís, logo após realizarem o saque de R$ 400 mil, quantia que deveria ser destinada ao financiamento de projetos sociais promovidos por entidades culturais.
As investigações da PF indicam que esses recursos podem ter origem em emendas parlamentares destinadas a instituições culturais, contratadas para a realização de eventos que, ao que tudo indica, nunca ocorreram. Até o momento, estima-se que o total desviado ultrapasse R$ 2 milhões.
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Detalhes da Operação e Suspeitas de Irregularidades
A Polícia Federal informa que o montante sacado na última sexta-feira estava destinado à Companhia de Cultura Popular Catarina Mina, para um evento em comemoração ao Dia das Crianças, o qual, conforme apurado, não foi realizado.
“Existem evidências substanciais que indicam que os valores apreendidos estão ligados a crimes de peculato e corrupção passiva, uma vez que os recursos eram destinados a um evento que não ocorreu. O montante foi indevidamente repartido entre os detidos e, possivelmente, outros indivíduos ainda não identificados”, destacou a Polícia Federal no auto de prisão em flagrante que o G1 teve acesso.
De acordo com levantamentos preliminares, parlamentares teriam direcionado emendas a essas entidades, possibilitando que os presidentes realizassem saques em espécie de forma dissimulada, com a intenção de desviar e ocultar o verdadeiro destino dos valores.
Uma das detidas, que é assessora parlamentar, foi presa ao tentar se dirigir à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, transportando uma mochila com R$ 400 mil, que seria entregue para a deputada estadual Helena Duailibe (PP). Larissa foi flagrada no banco, com a mochila recheada de dinheiro.
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Prisão e Consequências Legais
Os três indivíduos foram levados à Superintendência Regional da Polícia Federal no Maranhão, onde foram autuados em flagrante pelo crime de lavagem de dinheiro, conforme disposto no artigo 1º da Lei nº 9.613/1998.
A PF continua investigando para determinar a extensão de outros crimes e identificar a possível participação de agentes públicos envolvidos, além do uso de verbas federais e a finalidade do desvio, que pode estar ligado à prática de caixa dois eleitoral. O crime de lavagem de dinheiro pode resultar em penas de até 10 anos de reclusão.
Reações das Defesas e Depoimentos
A defesa de Ivan Madeira declarou estar ciente dos fatos e preparou-se para se manifestar, ressaltando sua contribuição à cultura maranhense ao longo de quase três décadas à frente da Companhia Catarina Mina, destacando seu trabalho social.
Larissa Rezende, por sua vez, garantiu que as alegações serão esclarecidas, enfatizando sua atuação ética e a inexistência de antecedentes criminais. Sua defesa criticou conclusões precipitadas que possam causar danos irreparáveis a sua reputação.
A defesa de Maria José de Lima Soares destacou seu histórico de trabalho com emendas parlamentares e sua reputação de prestar contas em todas as atividades culturais que lidera, reforçando que as acusações de lavagem de dinheiro são infundadas.
A deputada Helena Duailibe se manifestou por meio de nota, expressando surpresa com os acontecimentos e negando ter relação com os suspeitos, afirmando também que não recebeu valores indevidos.
A Assembleia Legislativa do Maranhão se comprometeu a colaborar com as investigações assim que receber qualquer notificação formal, mantendo sua postura de transparência e responsabilidade.
