Os Desafios da Indústria Siderúrgica em Angola
Completando 15 anos de atividades em Angola, a Fabrimetal se transformou significativamente desde sua fundação. Atualmente, a empresa apresenta uma forte presença no país, envolvendo-se em diversos setores e com um compromisso sólido com as comunidades locais. “Nos sentimos parte desta grande nação e contribuímos ativamente para a sua construção e reconstrução”, afirma um representante da empresa.
A Fabrimetal faz parte de um grupo industrial africano familiar, atuando em múltiplos países. Apesar da sua estrutura acionária permanecer intacta, a empresa busca parcerias locais para expandir suas operações. “Operamos com um modelo de negócios familiar, com a Fabrimetal e outras nove unidades industriais em todo o continente, e estamos prestes a iniciar operações na Guiné-Conakry”, explica o executivo.
Portfólio e Inovação da Fabrimetal
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Fonte: acreverdade.com.br
O principal produto da Fabrimetal é o varão de construção, que representa 80% de sua produção. Em 2020, a empresa diversificou sua linha com a introdução de produtos complementares, como barramentos para portas e janelas, além de itens voltados para a indústria metalomecânica. O billet de aço, fundamental para a produção de varão, é um produto específico destinado à exportação.
Apesar da dependência da indústria da construção civil, o aumento da demanda por seus produtos nos últimos 18 meses surpreendeu a empresa. “Embora não esteja relacionado a um aumento no número de obras, observamos o retorno de projetos anteriormente paralisados”, comenta a fonte da Fabrimetal, que destaca a reestruturação da política de exportação para priorizar o mercado interno.
Exportação: O Desafio Que Persiste
Atualmente, a Fabrimetal produz em média 150 a 160 mil toneladas por ano, com a exportação representando entre 35 e 40 mil toneladas nos últimos três anos. Recentemente, a empresa ajustou seus volumes de exportação para atender melhor a demanda interna, enviando cerca de 3 mil toneladas por mês para a República Democrática do Congo (RDC). Contudo, existem planos de expandir os mercados de exportação para países como Senegal, Gana e Benin a partir do início de 2024.
Entretanto, a burocracia ainda é um obstáculo significativo. “O processo de exportação é, sem dúvida, difícil e repleto de complicações. A implementação de uma janela única para a documentação e autorização era uma necessidade premente”, explica o executivo, apontando que a categorização do billet de aço como resíduo por um tempo complicou ainda mais a situação.
Mercado Informal e Concorrência Desleal
A presença do setor informal na indústria também é uma preocupação. “Embora muitos afirmem que isso se refira apenas à nossa produção, na verdade, o produto não é consumido efetivamente no mercado interno”, lamenta um representante da Fabrimetal. A produção descontrolada em unidades informais resulta na saída de produtos do país, o que prejudica a competitividade da indústria formal.
Sobre as denúncias feitas em relação a essas unidades informais, o executivo afirma: “Já indicamos as localizações, mas não podemos substituir quem tem essa responsabilidade. Essas fábricas estão localizadas em áreas como a estrada para Catete e, recentemente, uma nova unidade surgiu em KK”.
Perspectivas para o Futuro
Com o objetivo de minimizar o impacto do mercado informal, espera-se que um novo decreto executivo, que entrará em vigor em março, exija que todas as unidades siderúrgicas implementem sistemas de qualidade em suas produções. “Essa é uma esperança para equalizar as condições de concorrência entre todos os setores”, finaliza a fonte da Fabrimetal.
Em meio a essas complexidades, a Fabrimetal continua a se destacar no setor, buscando soluções para melhorar a sua atuação e a do mercado em que está inserida. Com desafios significativos pela frente, a empresa demonstra resiliência e compromisso com a qualidade e a inovação.
